Dando continuidade as aventuras vividas no Parque dos Sonhos… sigo agora com a que seria a mais radical de todas: eu descendo o Rapel do Berro. Que eu não sei de onde tiraram esse nome porque quando se sai de sobre as copas das árvores e a 50 metros do chão… Fica-se é emudecida! Meio em choque, meio em êxtase… Talvez até com medo dos próprios pensamentos… e que vieram em seguida… Mas nesses primeiros segundos é você e mais nada abaixo, ou melhor, todos, tudo abaixo de você bem pequenininhos… E se todo o equipamento de segurança nos deixa meio como um astronauta… Deu vontade de dizer: “O mundo é verde!“
Por um momento me senti literalmente nas nuvens… Quando acho que foi esse pensamento que me fez olhar para cima e… Foi quando vi uma nuvem escura um pouco distante dali. Pelo menos foi a impressão que deu, pois diferente do que estava em terra ela era enorme. Talvez o medo dela chegar mais perto… Por um lampejo de segundo me veio a mente: “E se todo esse equipamento resolve falhar justo comigo?“. Para logo em seguida vir esse pensamento: “Ah! Pelo menos não iria morrer dentro de casa, em cima de uma cama… Morrerei feliz! Vivendo algo novo. E em contato com a natureza!” Então, tentei relaxar.
Voltando um pouco para alguns detalhes práticos. É que sai da Tirolesa do Espanto direto para o Rapel do Berro, junto com o Condutor, o Zé Eduardo, e mais dois da equipe, num jipe, até a colina onde ficava a plataforma*. Meus amigos, Rubens e Zeca, seguiram para próximo ao ponto onde eu iria descer; e levando a minha cadeira. Enquanto o condutor preparava todo o cordame (Não sei se o termo é esse.), eu aguardei dentro do carro. Só quando estava tudo pronto, os outros dois subiram comigo numa pequena ladeira bem íngreme. Mais uma vez pensei no esforço que despendem em terem que carregar alguém muito mais pesado do que eu. Aplausos a Equipe!
Antes de prosseguirmos, o Zé Eduardo explicou o que seria dali até o ponto da descida. Bem, uma coisa é uma aula teórica, outra muito diferente seria vivenciar isso. Mas já que chegara até ali… Era ultrapassar os meus limites. A hora era aquela. Ah! Ele também disse que o barulho da cachoeira poderia não nos fazer escutar um ao outro. Então combinamos um único sinal caso eu precisasse realmente de um help: o polegar para baixo. Mas como estava ocorrendo em muitos outros rios de São Paulo, esse do Parque dos Sonhos estava com um nível bem baixo. Logo, nós escutamos bem um ao outro. Além de mais detalhes práticos, também houve uma conversa para relaxar. E com toda aquela paisagem, que até merecia uma foto numa câmera de longe alcance, tinha mesmo que absorver aquele momento único.
Ainda lá em cima, dois lances merecem registro. Um deles foi que ao olhar numa outra vez para o Rubens segurando a câmera, de sozinho estava rodeado de criança. Depois ele contou o que houve. As crianças pensaram que alguém ficou parado na tirolesa e alguém foi resgata-la. Viagem de criança! Até porque se tivesse mesmo acontecido isso, o mais simples seria ir puxando via cabo. Mas não deixa de ser um bom momento para lembrar. E o outro lance foi quando o Zé Eduardo ao girar para que visse toda a cachoeira de frente, eu vejo também o Zeca deitado numa das pedras e segurando a câmera. Ele filmava, e dei um tchauzinho para ele.
Essa aventura além de fotos, tem vídeos que quando editados e separados por atividades eu trarei para os textos específicos. Desse rapel, “meus dois fotógrafos” acompanharam em terra firme. Mas como não teve ninguém direto da plataforma, eu pedi ao pessoal do Parque por uma que a mostrasse. Gentilmente me enviaram por email. Agradecendo também por aqui, como também registrando o nome do fotógrafo dessa foto: Cuca Jorge, Projeto Ventura. A imagem(*) em questão é a primeira da colagem de fotos. A do rio, é de divulgação. E as demais foram tiradas pelos meus amigos.
A descida foi tranquila. Se bem que pinta um receio quando uma das cordas volta… Mas se continuava tudo dentro dos conformes… Era também curtir até o momento final, já que tudo era novidade. Pela foto fica constatado que essa “astronauta” aqui teve um pouso perfeito. E em solo, minhas primeiras palavras foram, dirigidas aos meus dois amigos: “Vocês ficaram pequenininhos!“, e com direito a mostrar com a mão o tamanho. O qual o Rubens rebateu: “Pequenininha ficou foi você!” Hehehe… Também agradeci ao rapaz que conduziu do solo a minha descida. E já livre de todo o equipamento de segurança, fomos almoçar. Porque mais tarde teria a Cavalgada. Que também ganhará um texto.
Embora essas minhas primeiras impressões no e do Rapel do Berro – e que também foi a minha primeira vez em um rapel -, possa desencorajar quem nunca desceu um rapel e que fugiria do propósito do blog, eu digo que gostei muito! De até voltar a descer em outro rapel. Esse, foi super válido! Mas não deixou vontade de ir nele outra vez. Deixo cá o meu incentivo a outros cadeirantes. É seguro! É emocionante! É até transcendental!.. Vá e vivencie esse esporte radical.
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