O que o tempo faz é apenas ofuscar a imagem antes tão viva na memória. Aquela que parecia ganhar uma outra dimensão diante dos olhos sempre que a simples menção da pessoa vem a mente.
Essa imagem era a do último dia dele em vida consciente, da nossa despedida. Que embora nem pensamos que seria a última, foi como se algo nos guiasse a isso: porque foi mais demorada. Nossos olhos, em silêncio, a dizer adeus.
Para a medicina, hoje faz um ano do falecimento do meu. Para mim, ainda é um tempo curto para curar a dor da sua ausência. O conforto veio mesmo de um sonho recente com ele. Sonho esse que ao mesmo tempo me preocupou, também me acalentou em relação a ele. Além do que o sonho meio que trocou de imagens. A de antes já meio apagada pelo tempo deu vez a da nossa despedida nesse sonho. Até pode ser que seja meu inconsciente buscando por um conforto. Que seja! O que importa mais foi que deixou uma imagem dele mais nítida. E a esperança de que outras virão sempre que a memória falhar com o tempo.
Há uma frase da Clarice Lispector que fala desses momentos onde sentimos muito a falta de alguém. Onde a vontade é de poder tirá-la dos nossos pensamentos para poder abraçá-la. Mesmo que por uma última vez. Mas isso fica mesmo no campo dos sonhos. Agora, nada me impede de dizer em voz alta:
Bença, Pai!
Bom dia ,amei esse pequeno texto falou com meu íntimo perdi meu pai no dia 21de janeiro passado e ainda sinto muito a sua falta Deus …Eu queria muito a certeza de poder encontrá-lo novamente …
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