Antes de contar o causo… Quero deixar claro o meu respeito pelos Empregados Domésticos. Fazem um trabalho super desgastante, e que pelo resquício do tempo da escravidão era muito mal remunerado, e talvez até por conta disso ainda há muito preconceito a essa profissão. Ainda bem que com o PEC das Domésticas foi igualado os direitos deles aos dos demais trabalhadores urbanos e rurais. O que deixa o país no nível dos de primeiro mundo em relação às leis trabalhistas. Mas no que concerne a contratações de fato, ainda não se iguala a esses países. Neles, manter um como aqui, requer um alto salário. Um estudo recente da Organização Internacional do Trabalho aponta o Brasil como o país com mais empregados domésticos, seguido pela Índia. Parece até que vivemos num sistema de casta.
Bem, por conviver conosco cria-se uma relação de amizade. Muito embora há quem não admita uma aproximação nesse relacionamento. De qualquer forma, trabalhando dentro da nossa casa acabam por saber detalhes da nossa intimidade. E aí há sempre histórias, que beiram até a uma certa invasão de privacidade. Por nos sentir expostos.
Certa vez, ao querer contratar uma faxineira… Ela já foi entrando pois queria conhecer o apartamento. Eu estranhei já que ela trabalhava em dois outros, no prédio, dai já sabia do tamanho do mesmo. Ledo engano meu: estava fazendo uma revista no meu apartamento. Coisa que eu só fui saber depois. Pois enquanto ela foi entrando, eu fui falando o que teria que fazer, mas fui logo interrompida por ela. Que com as mãos na cintura disse tão logo visualizou a cozinha:
“_Em casa sem azulejos na cozinha, eu não trabalho!“
Eu anda tentei dizer que não fazia nenhum tipo de frituras, e que comia mais fora… Numa tentativa de explicar que não teria muito trabalho na cozinha… Mas não houve jeito de mostrar a ela que não teria muito trabalho, trabalhando comigo. Ela foi embora. Me deixando perplexa e me sentindo pobre por não ter sido aprovada pela faxineira 🙂
Atualmente tem azulejos na cozinha, mas estou “mais pobre” que naquela época. Mesmo querendo uma faxineira, não tenho como pagar. Quem sabe um dia…
Por hora, o que se descortina é um aumento, ou melhor, será uma migração para ser Diarista. Mas eu aplaudo essa igualdade aos demais trabalhadores. Pois um passo a frente é melhor do que nenhum.
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Cada dia mais eu confirmo que os politicos desse pais vivem em outro Brasil, que não é o mesmo que a população vive! Impressionante como são de um mundo alienado a verdade e temporalidade atual!
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Grata! Veio rápido 🙂
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Elas contam sim o que se passam dentro da casa onde trabalham, mas as patroas também falam nas manicures 🙂
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Val, passando por aqui – achei q o post havia entrado, me lembrei do Eduardo Dusek:
Foi trabalhar
Recomendada prá dois gringos
Logo assim
Que chegou do interior
Era um casal
Tipo metido a granfino
Mas o salário
Era tipo, um horror…
A tal da madame, tinha mania
Esquisitona de bater
E baixava a porrada
Quando a coisa tava errada
Não queria nem saber…
Doméstica!
Ela era
Doméstica!
Sem carteira assinada
Só caía em cilada
Era empregada
Doméstica!…
Nunca notou
A quantidade de giletes
Não reparou
A mesa espelhada no salão
Não perguntou
O quê que era um papelote
Baixou “os home”
Ela entrou no camburão…
Na delegacia
Sua patroa americana ameaçou:
“Lembra que eu sou
Uma milionária,
Eu fungava, de gripada
Não seja otária, por favor”…
Doméstica!
Traficante disfarçada
De doméstica
Era manchete nos jornais
O casal lhe deu prá trás
Sujando brabo prá doméstica…
No presídio aprendeu
Com as companheiras
A ser dar bem
A descolar, como ninguém
Ficou famosa
No ambiente carcerário
Com a mulata
Que nasceu prá ser alguém…
Pois não é que a
Doméstica!
Conseguiu uma prisão, doméstica
Saiu por bom comportamento
Mas jurou nesse momento
Vingar a raça das domésticas…
Então alguém
Lhe aconselhou logo de cara
“Dá um passeio
Vê se arranja um barão”
Porque melhor
Que o interior ou que uma cela
É ter turista e faturar
No calçadão…
Até que um dia
Um Mercedinho prateado buzinou
Era um louro alemão
Que lhe abriu a porta do carro
E lhe tacou um bofetão…
Doméstica!
Virou uma baronesa
Doméstica!
Mesmo com as taras do barão
Segurou a situação
Levando uma vida doméstica….
Realizada em sua mansão
Em Stutgard
Ouvindo Mozart de Beethoven de montão
Com um pivete
Mulatinho pela casa
Que era herdeiro
De olho azul como o barão…
Precisou de uma babá
Botou um anúncio
Bilíngüe no jornal
Seu mordomo abriu a porta
Uma loira meio brega
Uma yankee de quintal…
Doméstica!
Era a americana, de doméstica
A nêga deu uma gargalhada
Disse:
“Agora tô vingada
Tu vai ser minha
Doméstica”! …
Espero que a “niveu” de Brasil a coisa funcione – pq sabemos q nao é assim. Por outro lado ha o receio do desemprego dentro dessa novo grupo de trabalho . Muitas familias vão migrar para diaristas. Outra possibilidade é a dispensa definitiva e substituição por mais equipamentos eletrico eletronico que auxiliem na manutenção da casa.
No começo do ano fui a “UM FAMILIA VENDE TUDO” . Na fila para pagar todo mundo conversa com todo mundo. O pessoal a minha frente mostrou un monte de peças lindas – mas em prata. Perguntei quem tem tempo atuais tem tempo pra ficar polindo aquelas coisas? E a resposta: vendemos tudo pro pessoal endinheirado la do norte e nordeste: eles adoram essas coisas brilhando pela casa – sinal de riqueza.
Posso?
Nao será fácil conscientizar as pessoas que Isaura foi apenas uma novela de grande sucesso.
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Criz! Fui atrás de um vídeo porque não lembrava da melodia.
Dusek é ótimo!
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Nessa de “Família Vende Tudo”, eu já comprei um aparelho de jantar, em porcelana, em ótimo estado, com mais de 100 peças. Por R$ 50,00. Dei de presente a minha mãe. A porcelana é belíssima!
Em relação a prataria, caso queira comprar alguma nessas vendas…
Para limpar objetos de prata:
Basta mergulhar numa vasilha com água, com um pedacinho de sabão de coco, e deixar ferver até sumir a oxidação. Só tendo o cuidado de que durante esse processo deixar o objeto sempre sob a água.
Fica clarinha de novo!
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Pois é! Acho que a maioria que continuarão como domésticas serão nas casas com crianças e idosos. Uma grande parcela virarão diaristas. Nos países de primeiro mundo isso já acontece há muito tempo.
O lance é ter pouca coisa em casa. Para não ter muitas coisas para limpar.
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